sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Roubadora de sonhos



Ela disse - Conte-me o que você sonha. - e eu contei.                    
Então ela perguntou - Seus sonhos te fazem sorrir?
          - Só quando você está neles. – respondi com um brilho no sorriso.  
          - A propósito hoje sonhei com você, mas não consigo me lembrar de nada – eu disse com olhos já cheio de tristeza.
           - Como sabe que sonhou comigo? Era uma pergunta distorcida, uma forma de questionar a confiança do meu amor.
            E eu sugeri - Acordei sorrindo.       
            - Não sei, não sei se devo acreditar no seu sonho. Por vezes me decepcionei com eles – ela disse me arrancando o que eu tinha de mais belo dentro de mim, meu coração.
            - Como não acreditar em algo que é seu? Como se não bastasse você vem todas as noites e me rouba sonhos, por isso não me lembro deles por que estão com você para que você possa se encantar e me devolvê-los depois.

            UMA NOTA DA NARRADORA:
           Um choro de sonhos perdidos. – Por que doía e muito.

            Logo após meu sorriso largo e amoroso, triste ao mesmo tempo seguido por uma respiração lenta com um choro dolorido e quieto por questionar meu amor, envolvi meus braços sobre ela, e eles não seriam o suficiente pra abraçar a coisa mais linda que já me acontecera na vida. Não importava nada no momento mesmo machucada, não importava a descrença, a desconfiança perto do que eu sentia, o que eu mostrava ser do que meu coração se impunha se jogava a ela. Haveria o momento certo, em que a essência da minha existência saberia do que eu estava falando, ela melhor do que ninguém era conhecedora do meu coração e eu estava esperando ansiosamente por isso.

            - Você quer da maneira que eu quero como eu quero? Perguntei.
            - Sim – disse apenas com um olhar tão lindo que eu não entendia como ele era possível.
            - Então vem comigo, eu te ajudo - Eu disse pra não deixar partir a coisa mais bela da minha vida, como me doeria vê-la indo embora de todas as pessoas que já foram ela me dando as costas me doeria eternamente e supostamente meu coração não suportaria.
            - Seu corpo é quente – ela disse me abraçando erguendo-se nas pontas dos pés.
            - Esse calor todo é por que moro no seu coração - quente. Eu murmurei em seu ouvido torturando-a por um abraço forte.
            - Sou fria – gelada.

            REAÇÃO AO FATO:
            Ela não estava falando de temperatura. A roubadora de sonhos falava de algo que ela temia que fizesse tremer suas pernas. - Sinto que não sou o bastante pra você.

            - Sinto que já é o suficiente para a minha vida, como posso querer mais alguém? A roubadora apesar de desviar os olhos acreditou no que eu disse.
            - Eu já tenho tudo só por você respirar, acredite. – implorei.
            - Às vezes sinto muita saudade de mim, do que eu sou do que me faz vibrar – ela disse assustada.
            - Eu também.
            - Sente falta de si?
            - Não, sinto uma falta excruciante de você, mais do que a mim.
            - Me abraça? Ela perguntou já em prantos.
            - Pra sempre. Eu disse acompanhando o rumo de suas lágrimas.
           
            Hoje, está noite ninguém vai se render ninguém está pronto pra desistir, para deixar ou ser deixado para experimentar palavras como “adeus’ ou “sinto muito por isso”. Só havia um único propósito com aquilo tudo. Existia algo bonito demais para isso acontecer.
           
            UMA ÚLTIMA NOTA DA NARRADORA:
            Sim, o amor tem o poder de despedaçar você, mas também tem mãos o suficiente para juntar os pedaços

            PERGUNTA/RESPOSTA:
             - Conte-me o que sonha? - Ela sorriu.        

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