sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Deveria, entre outras coisas.


O amor deveria ser considerado uma doença, um transtorno da alma, uma epilepsia do coração. Sinto dores de cabeça de saudade, meu corpo desequilibra e quase sinto o gosto do chão, choro a toa e voltei a ter medo do escuro, essa coisa de amar faz a gente voltar aos setes anos de idade, com um pirulito enorme de três cores na boca se lambusando e torcendo pra que nunca acabe.

Derrota


No final do dia quando coloco minha cabeça na janela do ônibus com os olhos mortos e cansados daquilo que algumas pessoas por falta de atividade mental e raciocínio me perfuram profundamente, me irritam a ser. De tudo o isso o que mais conforta o meu coração valente é a saudade que eu sinto de gente boa e de gente ruim e de boas lembranças de momentos que ainda em mim são inacabáveis, mas que agora provocam sensata dor e triste alegria.
Tenho medo dos meus dias, não sei distinguir ao certo o lado bom de tudo o que há. Sei apenas que o lado B é mais forte e me deixa pálida, com olhos cheios de lagrimas gélidas sobre meu peito mole e sem vida. Eu quero sem pretensão saltar juntos aos meus olhos arregalados e cansados para algo que eu não sei que eu não viva que há muito espero.
Eu, eu mesmo, eu de mim tenho consciência das minhas inúteis tentativas de tirar algum proveito do que pessoas tolas e arrogantes que não merecem este parágrafo sendo escrito, dizem ao meu respeito tentando consertar de maneira torta e desestruturada o meu caminho já traçado.
De tudo isso o que me deixa latejante e a mil é me juntar às crianças e ser como elas, ainda sem responsabilidades com sorrisos sem dentes e gestos que por mais algumas vezes sejam cruéis é sempre de bom coração.
Então me deixe assim, deixe-me ser assim, pois isto é o que eu sou, livre e sempre compromissos tolos, vou onde quero ir e me torno o que quero me tornar sem prejudicar o coração alheio ( o que as vezes falha). Prezo o amor e a liberdade inserida no mesmo e que se me quiserem que me aceite assim, livre as minhas escolhas, pois algo que eu não me tornarei é aquilo que os outros dizem. Serei exatamente aquilo que eu farei do que eles digam que eu sou e serei fielmente grata pela tentativa de mudança repentina.

A Roubadora de sonhos



Ela disse - Conte-me o que você sonha. - e eu contei.                    
Então ela perguntou - Seus sonhos te fazem sorrir?
          - Só quando você está neles. – respondi com um brilho no sorriso.  
          - A propósito hoje sonhei com você, mas não consigo me lembrar de nada – eu disse com olhos já cheio de tristeza.
           - Como sabe que sonhou comigo? Era uma pergunta distorcida, uma forma de questionar a confiança do meu amor.
            E eu sugeri - Acordei sorrindo.       
            - Não sei, não sei se devo acreditar no seu sonho. Por vezes me decepcionei com eles – ela disse me arrancando o que eu tinha de mais belo dentro de mim, meu coração.
            - Como não acreditar em algo que é seu? Como se não bastasse você vem todas as noites e me rouba sonhos, por isso não me lembro deles por que estão com você para que você possa se encantar e me devolvê-los depois.

            UMA NOTA DA NARRADORA:
           Um choro de sonhos perdidos. – Por que doía e muito.

            Logo após meu sorriso largo e amoroso, triste ao mesmo tempo seguido por uma respiração lenta com um choro dolorido e quieto por questionar meu amor, envolvi meus braços sobre ela, e eles não seriam o suficiente pra abraçar a coisa mais linda que já me acontecera na vida. Não importava nada no momento mesmo machucada, não importava a descrença, a desconfiança perto do que eu sentia, o que eu mostrava ser do que meu coração se impunha se jogava a ela. Haveria o momento certo, em que a essência da minha existência saberia do que eu estava falando, ela melhor do que ninguém era conhecedora do meu coração e eu estava esperando ansiosamente por isso.

            - Você quer da maneira que eu quero como eu quero? Perguntei.
            - Sim – disse apenas com um olhar tão lindo que eu não entendia como ele era possível.
            - Então vem comigo, eu te ajudo - Eu disse pra não deixar partir a coisa mais bela da minha vida, como me doeria vê-la indo embora de todas as pessoas que já foram ela me dando as costas me doeria eternamente e supostamente meu coração não suportaria.
            - Seu corpo é quente – ela disse me abraçando erguendo-se nas pontas dos pés.
            - Esse calor todo é por que moro no seu coração - quente. Eu murmurei em seu ouvido torturando-a por um abraço forte.
            - Sou fria – gelada.

            REAÇÃO AO FATO:
            Ela não estava falando de temperatura. A roubadora de sonhos falava de algo que ela temia que fizesse tremer suas pernas. - Sinto que não sou o bastante pra você.

            - Sinto que já é o suficiente para a minha vida, como posso querer mais alguém? A roubadora apesar de desviar os olhos acreditou no que eu disse.
            - Eu já tenho tudo só por você respirar, acredite. – implorei.
            - Às vezes sinto muita saudade de mim, do que eu sou do que me faz vibrar – ela disse assustada.
            - Eu também.
            - Sente falta de si?
            - Não, sinto uma falta excruciante de você, mais do que a mim.
            - Me abraça? Ela perguntou já em prantos.
            - Pra sempre. Eu disse acompanhando o rumo de suas lágrimas.
           
            Hoje, está noite ninguém vai se render ninguém está pronto pra desistir, para deixar ou ser deixado para experimentar palavras como “adeus’ ou “sinto muito por isso”. Só havia um único propósito com aquilo tudo. Existia algo bonito demais para isso acontecer.
           
            UMA ÚLTIMA NOTA DA NARRADORA:
            Sim, o amor tem o poder de despedaçar você, mas também tem mãos o suficiente para juntar os pedaços

            PERGUNTA/RESPOSTA:
             - Conte-me o que sonha? - Ela sorriu.        

Malfeitor


Eu queria sinceramente lhe dizer um pedacinho da minha dor, queria sujar seu corpo com os meus piores sentimentos, esfregar na tua cara a minha data de aniversário. Como dói, ah não... Você não sabe você não sabe o que é dormir todos os dias esperando uma mensagem ou um e-mail de ‘’Ainda me lembro de você’’ um coisa tão banal que não ocuparia do seu tempo dois minutos, você não sabe o que é recalcar todos os ‘’pra sempre’’ que você me disse, não sabe o que é cair no chão por estar sem equilíbrio quando vejo suas fotos, lindo e arrogante, um verdadeiro cavalheiro hostil. Estou aqui agora e supero isso todos os dias. Saio com um sorriso no rosto após uma lágrima caída, uma vitória.
Você não sabe o quão é inteiro fechar os olhos e pensar em alguém e saber que esse alguém também pensa em você.  Mais do que irradiante, é vivo. Algo que certamente você não o faz por que deve estar ocupado demais com coisas sem cor e pele. Você poderia, por favor, pegar o amor na lixeira. Onde? Não está vendo? Ali mesmo onde você o deixou naquele cantinho sujo e aconchegante, apertá-lo bem forte nas mãos e deixá-lo suado de tão quente que ele ficará e me entregar depois de um abraço apertado e enjoado?
Depois de tantas lixeiras que você me fez usar por jogar fora todo o amor que por não ter mais você eu também o joguei fora. Não, não existe e nem existirá outro que me faça rir por ser tão idiota e tão prepotentemente lindo. Não irei ficar derramando meus sorrisos por aí, de bandeja a qualquer um que quiser se todos eles serão lembrados a você.  A minha escuridão, ninguém a enxerga melhor, ninguém a entende melhor do que o seu terrível altruísmo de querer me ver sempre clara, e convicta! E Você fala do meu amor como se já tivesse experimentado amor como o meu antes.
Deixe-me dizer o quanto eu esperei por você, talvez eu já nem me lembre mais. Ainda me recordo de quando em chuvas tempestivas você me abraçava forte em seu peito duro e frio feito mármore e dizia: ”Não tenha medo da chuva lá fora” Que engano terrível o seu, eu não tinha medo de algo tão lindo e tão natural, tinha medo de perder você e hoje sim o que era lindo e natural me faz medo por não ter o seu peito para me apoiar outra vez.
Só estou aqui para lembrá-lo da enlouquecida bagunça que você deixou quando foi embora, quando me jurou Sr. Falsidade  um final “feliz” e eu me detesto todos os dias desde então por ter sido tão imatura e ingênua por acreditar, talvez por te amar demais. Apesar de tudo, sei que suas pernas irão doer por correr dos meus sonhos todas as noites e você irá continuar se rasgando o tempo todo sem mim. Vida longa aos acidentes do coração!