segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Medo



Sim, talvez eu tenha uma pitada de medo no inverno de você correr para braços mais quentes e aconchegantes do que os meus de procurar uma boca mais irritante e intrometida do que a minha, mas talvez isso seja algo completamente idiota e esse medo passe tão rápido que nem ao piscar dos meus olhos eu consiga perceber.
É que sentir a sensação dos olhos cheios d’água, o coração batendo a ritmo de bumbo e o corpo quase caindo nu ao pé da escada quando acho que você não quer mais me apavora. Sim, talvez eu te ame mesmo e como esse amor me faz ver o quanto você é cheio de estragos e superficialidade o tempo todo e ainda assim consegue ser melhor do que o mundo inteiro ao meu redor.
            Então, faça o favor de ficar pra sempre ao meu lado, me aperte nesse inverno e me faça sentir cheiro de roupa quentinha e mãos suadas no meu quadril. Faça minhas pernas tremerem quando a campainha toca e eu fico sorrindo sentada em algum lugar da casa imaginando você, lindo e estonteante atrás da porta. Me livre das impurezas de não ter você. Não se preocupe em parecer piegas, eu gosto do que gruda, do que é pegajoso, do que molha e penetra, do que permanece quieto e contente isso constantemente me faz sorrir. Me fira se for preciso de tão forte que possa me tocar, morda os meus piores sentimentos e sangre a boca as minhas melhores sensações.




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